Uma série de documentos vazados, conhecidos como “Arquivos do 8 de Janeiro”, trouxe à tona evidências alarmantes sobre ações do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que comprometeriam as liberdades civis e o Estado de Direito no Brasil.
Esses arquivos revelam que o STF, sob a liderança do ministro Alexandre de Moraes, criou uma força-tarefa secreta que utilizou postagens em redes sociais de forma ilegal para justificar a prisão de manifestantes não violentos envolvidos nos protestos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Os documentos apontam que o STF rotulou os manifestantes como “terroristas” e “golpistas”, mesmo sem evidências de envolvimento direto em atos de violência.
Um relatório interno destaca que “o uso de expressões políticas em redes sociais foi suficiente para determinar quem seria investigado e preso”. Essa prática, segundo os arquivos, foi conduzida por um grupo secreto no WhatsApp, sem respaldo legal, que acessou bancos de dados biométricos de maneira irregular e negou às defesas o acesso às provas.
Por exemplo, a força-tarefa ilegal de Moraes denunciou um caminhoneiro por uma série de postagens no Facebook que criticavam Lula e questionavam as eleições de 2022. Acusado de tentativa de “abolição violenta do Estado democrático de direito”, o homem passou 11 meses e 7 dias na prisão sem nunca ter cometido um ato violento.
Outro homem foi preso por uma única postagem no Instagram. A postagem dizia: “Fazer cumprir a Constituição não é golpe”.