A CNN divulgou gravações que indicam que o coronel da reserva do Exército, Antônio Elcio Franco Filho, que já foi assessor da Casa Civil, e o ex-major Ailton Gonçalves Moraes Barros conversam sobre uma possível iniciativa militar no fim do mandato do presidente Bolsonaro, expressaram críticas em relação àqueles que se opunham à ideia e consideraram as possíveis consequências.
O coronel Élcio e o ex-major Ailton Gonçalves Moraes Barros, preso na Operação Venire, conversavam por telefone e criticaram o ex-comandante do Exército general Freire Gomes por não aderir as essas idéias.
O coronel Elcio Franco deu sugestões de como mobilizar 1,5 mil homens para uma manobra militar.
Nas conversas, chamam a cúpula do Exército de “comando de merda”, e falam ainda em “superar” a autoridade de Freire Gomes.
Os áudios foram gravados em dezembro de 2022
Em um trecho, o coronel Elcio fala com Ailton:
“Olha, eu entendo o seguinte: é Virgílio. Essa enrolação vai continuar acontecendo” – Virgílio era um comandante de um batalhão importante do Exército.
Após esta fala começam a elucubrar sobre o que o comandante do Exército poderia dizer para se defender.
Assista:
CPI do DF vai convocar Elcio Franco após áudio vazado
O requerimento de convocação foi realizado pelo presidente da comissão, Chico Vigilante (PT), e será colocado como extrapauta para a votação da próxima sessão, quinta-feira (11/5), na CLDF.
“Os áudios indicam a participação dele, falando, inclusive, na mobilização de tropas de 1.500 homens do Exército para ajudar a dar um golpe no Brasil. Isso é muito grave”, afirmou o deputado distrital.
MP pede que TCU suspenda pensão de Ailton Barros
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu que a Corte suspenda, até reavaliar as regras em vigor, a pensão paga pelo Exército à mulher do ex-militar Ailton Barros – preso, na última semana, na operação que apura suposta fraude nos cartões de vacinação.
O Exército afirma que o pagamento é previsto em lei e que Ailton Barros, embora vivo, está no sistema da corporação como "morto ficto" (morto fictício) – o que permite o pagamento da pensão em razão de ele, como militar, ter contribuído para pensão por morte.
Na representação, assinada pelo subprocurador-geral Lucas Furtado, o Ministério Público pede que essa regra seja reinterpretada à luz da "evolução da sociedade, do Direito e da própria Constituição Federal" para vetar esse tipo de pagamento.
E que, enquanto isso não acontece, os pagamentos à família de Ailton Barros sejam suspensos.