O Senado da Itália aprovou nesta quinta-feira o decreto-lei que limita a transmissão da cidadania italiana por direito de sangue, com 81 votos a favor e 37 votos contra.
O decreto do governo italiano estabeleceu o limite de duas gerações para descendentes terem a cidadania reconhecida. Agora, o direito só é concedido aos estrangeiros que tiverem pais ou avós nascidos na Itália.
O texto ainda precisa ser aprovado até o fim do mês pela Câmara, onde o governo também conta com maioria.
O decreto só é válido para novas solicitações de cidadania. Pedidos que foram protocolados antes da publicação continuam seguindo as regras antigas, que não impunham limite de geração - bastava comprovar a ancestralidade.
O governo da primeira-ministra Giorgia Meloni argumenta que a medida restritiva tem como objetivo conter a "comercialização" do passaporte europeu e frear o aumento das solicitações, que vêm principalmente de países da América do Sul - como Brasil e Argentina, para onde milhões de italianos imigraram no início do século passado.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o número de italianos nascidos ou residentes no exterior aumentou 40%, alcançando seis milhões e 400 mil pessoas.