Polícia Federal (PF) realiza 5ª fase da Operação Sisamnes, que investiga venda de sentença no Superior Tribunal de Justiça (STJ)
A Polícia Federal (PF) realiza na manhã desta terça (13/5) a 5ª fase da Operação Sisamnes, que investiga esquema de venda de setença no Superior Tribunal de Justiça (ST).
A nova fase mira uma rede de empresas envolvidas na lavagem do dinheiro utilizado no pagamento de propina para compra das decisões. São cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso, São Paulo e no Distrito Federal.
De acordo com a PF, o “objetivo de aprofundar a investigação em relação aos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, mercado de câmbio clandestino, evasão de divisas e organização criminosa.”
“As investigações da Polícia Federal identificaram uma rede financeira-empresarial de lavagem de dinheiro, criada para dissimular a origem ilícita das supostas propinas lançadas para a compra de decisões judiciais proferidas no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, de modo a romper a vinculação direta entre o agente corruptor e o servidor público corrompido”, diz a PF.
Além das buscas, a nova fase da operação realiza o sequestro de bens e valores no montante aproximado de R$ 20 milhões e a proibição dos investigados de saírem do país, com a apreensão de seus passaportes.
PF mira empresários, operadores e laranjas suspeitos em esquemas de compra de sentenças do STJ
Na 5ª fase da operação "Sisamnes", a Polícia Federal (PF) mira todas as frentes de um esquema de suposta compra de decisões judicias proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) .
Os alvos são:
empresas por meio das quais se fazia a ocultação e a dissimulação das propinas;
empresários ligados a essas empresas;
operadores financeiros;
casas de câmbio;
laranjas,
Venda de sentenças no STJ: ex-presidente da OAB-MT é alvo da PF
Um dos alvos da nova etapa da operação é o advogado e ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT), Ussiel Tavares.
Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, sendo quatro no estado de Mato Grosso, além de ordens de sequestro de bens e bloqueio de valores que somam R$ 20 milhões. Também foi determinada a apreensão de passaportes e a proibição de que os investigados deixem o país.
Segundo as investigações, a organização criminosa operava por meio de uma rede financeira e empresarial voltada à lavagem de dinheiro. O sistema teria sido criado para romper qualquer vínculo direto entre os pagadores de propina e os servidores corrompidos, dificultando o rastreamento das transações e sua vinculação com decisões judiciais compradas.
Além de Ussiel, a operação teve como alvo uma ex-secretária do advogado Roberto Zampieri, morto em 2024, em Cuiabá. Zampieri foi citado em fases anteriores da investigação.
OAB
Em nota, a seccional da OAB-MT informou ter acompanhado as diligências realizadas pela PF por meio do Tribunal de Defesa das Prerrogativas (TDP) e destacou que qualquer possível infração ética será analisada pelo Tribunal de Ética e Disciplina (TED). “O caso será avaliado para medidas cabíveis”, diz o comunicado.
Tavares iniciou sua trajetória na advocacia em Mato Grosso em 1985. Foi conselheiro estadual da OAB-MT a partir de 1989 e presidiu a entidade entre 1998 e 2003.