OEA se manifesta após Brasil deixar aliança em memória do Holocausto

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A decisão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se soma a uma série de episódios que aumentam a tensão diplomática

O comissário da Organização dos Estados Americanos (OEA) para o Monitoramento e Combate ao Antissemitismo, Fernando Lottenberg, afirmou nesta sexta-feira (25/7) que a saída do Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), na qual atuava como membro observador desde 2021, “é um equívoco em meio à tensão diplomática com Israel“.

“A definição de antissemitismo da IHRA representa um importante instrumento que, apesar de não ter valor jurídico vinculante, é adotado por mais de 45 países e 2 mil instituições em todo o mundo para informar, identificar e combater o antissemitismo”, argumenta o comissário.

A decisão do governo Lula se soma a uma série de episódios que aumentam a tensão diplomática com Israel desde o início da guerra daquele país contra o Hamas, que levou destruição e fome à Faixa de Gaza.

Ainda segundo Lottenberg, o governo brasileiro pode criticar as atitudes do governo israelense em relação à Faixa de Gaza, “assim como pode haver discordâncias diplomáticas”. Porém, de acordo com o comissário, “esses fatos nada têm a ver com o trabalho de extrema relevância da IHRA”.

“O Brasil tem a segunda maior comunidade judaica da América Latina, e estar integrado à IHRA é uma forma de mostrar comprometimento com a cultura de paz e com a promoção da educação, por meio da pesquisa e lembrança do Holocausto em todo o mundo, motivos que fundamentam a criação da organização intergovernamental desde 1998”, afirma Lottenberg.

Ele ainda explica que um dos pilares da IHRA é a “definição de antissemitismo”.

A decisão de apoiar a ação da África do Sul, que acusa Israel de genocídio, ainda não foi anunciada oficialmente pelo governo brasileiro. Fontes ligadas à diplomacia israelense, porém, confirmaram ao Metrópoles que o Ministério das Relações Exteriores já informou a Embaixada de Israel em Brasília sobre o processo.

Tensão diplomática Brasil-Israel

  • Desde que Lula assumiu a Presidência, a relação entre Brasil e Israel vive momentos de tensão.

  • De um lado, Israel acusa o governo brasileiro de ter posturas pró-Hamas. Do outro, Lula tem feito críticas quanto à atuação israelense na Faixa de Gaza, onde mais de 50 mil pessoas já morreram.

  • O ápice da crise aconteceu em fevereiro de 2024, quando Lula comparou as ações de Israel na Faixa de Gaza com o Holocausto de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

  • Depois da repercussão negativa da fala, o presidente brasileiro foi declarado persona non grata em Israel. Em retaliação, Lula retirou o embaixador do Brasil em Tel Aviv, dando, assim, menos peso na relação diplomática entre os dois países.

  • Existe ainda o temor, por parte de Israel, de que fique sem um embaixador no Brasil. Isso porque o governo brasileiro ainda não aprovou o nome do embaixador Gali Dagan, indicado para chefiar a missão diplomática em Brasília.

  • Ao criticar o governo brasileiro pelo apoio à ação judicial da África do Sul, que acusa Israel de genocídio na Faixa de Gaza, a chancelaria do país afirmou que o Brasil também decidiu sair da organização, criada na década de 1990 para combater o antissemitismo.

reginaldod
reginaldod 2 дней тому назад
Canalha ama o genocídio dos que são contrários a suas ideias...
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