O plano secreto de Trump com o C5 com Putin, Xi e sem os europeus

Trump expressou publicamente o desejo de reintegrar a Rússia (e Putin) ao G7, transformando-o de volta em G8, em várias ocasiões recentes.

Um exemplo chave foi em junho de 2025, durante a cúpula do G7 no Canadá, onde ele descreveu a expulsão da Rússia em 2014 (devido à anexação da Crimeia) como um "grande erro" e sugeriu adicionar até a China para formar um "G9".

Mais recentemente, em novembro de 2025, detalhes de um plano de paz secreto para a Ucrânia, negociado pela equipe de Trump, incluíam a reintegração da Rússia ao G8 como parte de um acordo.

No entanto, os membros europeus do G7 (como Alemanha, França e Reino Unido) recusaram veementemente qualquer retorno da Rússia, citando a invasão da Ucrânia em 2022 e violações internacionais.

Isso levou à ideia do C5 como uma alternativa "sem europeus", para contornar essas objeções e trazer Putin de volta ao "palco mundial" em um fórum mais flexível

Por que Trump quer isso?

Trump vê o C5 como uma forma de redefinir a ordem global, abandonando o modelo do G7 — que ele considera dominado pelo Ocidente e ineficaz para lidar com potências rivais como Rússia e China.

Os motivos principais incluem:

-Diálogo direto com adversários: Permitir negociações regulares com líderes como Putin e Xi Jinping, sem as restrições ideológicas (como democracia e direitos humanos) do G7, focando em "diplomacia comercial" e esferas de influência regionais.

-Reconhecimento da multipolaridade: Admitir que os EUA não podem mais dominar o mundo sozinhos pós-Guerra Fria, e usar o grupo para limitar o poder de rivais em áreas como o Indo-Pacífico e Oriente Médio.

-Foco em poder duro: O C5 seria um clube de "poderes principais" para cúpulas temáticas anuais, começando com segurança no Oriente Médio (ex.: normalização entre Israel e Arábia Saudita), priorizando economia, militar e energia sobre valores liberais. Isso também rebaixa a Europa a um "segundo escalão", transformando-a em um "estado cliente" dos EUA, o que gerou críticas e alívio no Kremlin.

Por que apenas esses países (EUA, Japão, China, Índia e Rússia)?

A seleção reflete uma visão pragmática de "centros de população grandes" com influência global massiva, priorizando clout econômico, militar e demográfico sobre alinhamentos ideológicos:

-EUA: Líder natural, como anfitrião e potência ocidental.

-China: Maior economia manufatureira e rival principal; inclusão para negociações diretas e evitar escaladas.

-Rússia: Recursos energéticos vitais e poder nuclear; reintegração para estabilizar a Europa Oriental e Ucrânia.

-Índia: População bilionária em crescimento, neutralidade geopolítica (não alinhada nem ao Ocidente nem à China) e potencial como contrapeso asiático.

-Japão: Aliado chave dos EUA na Ásia, com tecnologia avançada e economia estável, para equilibrar a presença chinesa no Indo-Pacífico.

Esses cinco representam mais de 40% da população mundial e o maior PIB combinado, formando um "bloco de poder duro" como alternativa ao G7.

A ideia ainda é especulativa e circulando em Washington, sem confirmação oficial de implementação.