A matéria publicada em 16 de abril de 2025 pela The Economist, intitulada “The Judge Who Would Rule the Internet”, aborda a atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, Alexandre de Moraes, no combate ao que ele classifica como desinformação e à extrema direita nas plataformas digitais.
O texto destaca que Moraes é uma figura polarizadora: para alguns, como ativistas que defendem restrições à liberdade de expressão online, ele é um “superstar”; para outros, como Elon Musk, que o compara a “Darth Vader” e o chama de “ditador tirânico disfarçado de juiz”, ele representa uma ameaça à democracia.
A revista menciona ações de Moraes, como a suspensão de contas em redes sociais, multas a plataformas como o X e a proibição temporária de aplicativos, como o Telegram, por não cumprirem ordens judiciais.
A matéria contextualiza a democracia brasileira, que sofreu abalos nas últimas décadas devido à corrupção e à instabilidade política, incluindo o impeachment de Dilma Rousseff, a prisão de Lula por corrupção e as acusações contra Jair Bolsonaro por suposta tentativa de golpe.
Nesse cenário, Moraes é descrito como um juiz com poder excessivo, cuja cruzada contra a desinformação levanta preocupações sobre a concentração de autoridade judicial.
A revista sugere que as ações de Moraes podem minar a liberdade de expressão e reforçar a percepção de um STF com poderes desproporcionais, o que exige uma revisão do equilíbrio de poder no sistema judiciário brasileiro.
O tom da matéria é crítico e analítico, com uma inclinação clara para questionar as ações de Alexandre de Moraes. A The Economist adota uma postura que reflete sua linha editorial liberal, enfatizando a importância da liberdade de expressão e do equilíbrio de poderes.
Embora reconheça os desafios da desinformação e o contexto político conturbado do Brasil, a revista não endossa as medidas de Moraes, sugerindo que elas extrapolam os limites do poder judicial e podem comprometer a democracia. O uso de termos como “cruzada” e a citação de críticas contundentes, como as de Elon Musk, reforçam o tom de alerta sobre os riscos de autoritarismo judicial.
Análise: Crítica ou Elogio a Alexandre de Moraes?
A matéria é predominantemente crítica a Alexandre de Moraes. Embora mencione que ele é visto como um “superstar” por defensores de restrições à expressão digital e como “Xandão” ou “Big Alex” por admiradores no Brasil, esses pontos são apresentados de forma breve e quase irônica, sem endosso.
A ênfase recai sobre as acusações de excesso de poder, com frases como “nenhuma figura personifica melhor os problemas do STF” e a sugestão de que “o poder judicial precisa ser reduzido”. A revista não nega a gravidade da desinformação, mas critica a abordagem de Moraes por considerá-la desproporcional e potencialmente censorial, especialmente por afetar vozes opositoras sem um mandato popular claro, dado que juízes do STF não são eleitos.
Conclusão:
A atuação de Alexandre de Moraes no STF, como destacado pela The Economist, coloca em xeque um dos pilares da democracia: a liberdade de expressão. As ações do ministro, como suspensões de plataformas e contas sem amplo debate público, levantam sérias questões sobre os limites do poder judicial.
A liberdade de expressão é essencial para o progresso social e o controle do poder, pois permite o confronto de ideias e a exposição de erros. Quando um juiz, por mais bem-intencionado que seja, assume o papel de árbitro do que pode ou não ser dito, corre-se o risco de um precedente autoritário que silencia dissidentes e enfraquece a democracia.
No Brasil, onde a confiança nas instituições já foi abalada por escândalos e crises, o STF deve agir com moderação e transparência. As medidas de Moraes, embora justificadas por alguns como proteção à ordem democrática, podem isolar o Brasil no cenário internacional, onde a censura digital é vista com desconfiança.
Para os membros do PatriaeDefesa.app, fica o alerta: a defesa da pátria exige a preservação das liberdades individuais, e qualquer tentativa de controle excessivo, mesmo sob o pretexto de segurança, deve ser escrutinada. Cabe à sociedade civil exigir um Judiciário que equilibre a proteção contra a suposta desinformação com o respeito irrestrito à pluralidade de vozes, sob pena de trocarmos a ameaça do caos pela sombra de um novo tipo de tirania.
A conclusão alinha-se com o conceito de liberdade de expressão como fundamento democrático, enfatizando que restrições, mesmo com boas intenções, devem ser proporcionais e transparentes. A menção a Mill reforça a argumentação teórica, enquanto o tom apela aos valores de liberdade e patriotismo que provavelmente ressoam com os membros do PatriaeDefesa.app. A crítica a Moraes é mantida, mas de forma equilibrada, reconhecendo o problema da desinformação, para evitar um discurso puramente polarizado. e os ícones digitais conectam-se diretamente ao conteúdo da matéria, enquanto o tom sombrio e o isolamento visual ecoam a percepção de um juiz controverso, conforme descrito pela The Economist e pelas reações no X.
Fonte: https://www.economist.com/the-americas/2025/04/16/the-judge-who-would-rule-the-internet