Lula precisa dizer a Maduro que chegou a hora de ir embora, diz Nobel da Paz

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Opositora defende ações dos EUA no mar do Caribe e diz que quem começou guerra foi líder do regime chavista

Durante entrevista a Folha de São Paulo, a vendecedora do Nobel da Paz, mesmo estando isolada para sua proteção, enviou um duro recado a líderes mundial e citando Lula especificamente e enviado mensagem especial aos brasileiros.

"Seria muito útil que o presidente Lula, assim como os demais chefes de Estado do continente, enviasse uma mensagem clara a Maduro: "Chegou sua hora de ir embora. Vá para o seu próprio bem,Maduro. Aceite isso"

Confira a entrevista completa:

1-Pergunta: Além de não se calar, de forma prática, o que o Brasil pode fazer para ajudar em um momento de transição?
Resposta: Acho que, neste momento, apesar das diferenças evidentes que surgiram entre o governo do Brasil e Nicolás Maduro —porque é claro que ele ultrapassou todos os limites, rompendo até antigas alianças—, ainda existem canais. Seria muito útil que o presidente Lula, assim como os demais chefes de Estado do continente, enviasse uma mensagem clara a Maduro: "Chegou a sua hora de ir embora. Acabou. Vá, para o seu próprio bem, Maduro. Aceite isso."

2-Pergunta: A sra. s empre foi muito crítica sobre o papel do Brasil na questão venezuelana. Os asilados na embaixada argentina em Caracas, que estavam sob responsabilidade brasileira, saíram com ajuda dos Estados Unidos, sem que o Brasil soubesse. O que pedem que o Brasil faça agora?
Resposta: Se há um momento de definições, é este. Aqui não há meios-termos. Há um povo que exerceu sua soberania em condições absolutamente extremas, injustas, ilegais —condições que vocês, no Brasil, jamais aceitariam. Do outro lado, está o cartel do narcoterrorismo, com Maduro e um grupo muito pequeno de civis e militares do alto escalão que estão fazendo fortunas obscenas à custa da fome do nosso povo. Diante disso, não há lugar para neutralidade, nem para silêncio. A história será implacável.

3-Pergunta: Existe algum canal de comunicação com o Brasil hoje?
Resposta: Através da chancelaria.

4-Pergunta: Se imaginarmos um cenário em que a oposição eleita assuma o governo e a Venezuela volte à democracia, há interesse em retomar um projeto de integração política e social entre os países da América do Sul?
Resposta: Absolutamente sim. A tragédia venezuelana demonstrou que não é possível isolar as dinâmicas dentro das fronteiras. As redes do crime se expandiram —ontem mesmo o presidente Gabriel Boric denunciou, na Europa, o envolvimento do regime de Maduro em ordens para que o grupo criminoso Tren de Aragua assassinasse um dissidente em Santiago, no Chile. E eu também sinto que as dinâmicas de desenvolvimento, progresso, inclusão e geração de riqueza transcendem fronteiras e se fortalecem mutuamente.

5-Pergunta: A sra. dedicou o Nobel ao presidente Trump, cujo governo tem uma política muito clara contra migrantes em situação irregular nos EUA. A sra. conversa com ele sobre o tema dos migrantes venezuelanos?
Resposta: A diáspora venezuelana é extraordinária, praticamente em sua totalidade. E, de fato, precisa de proteção — até o dia em que possa regressar à Venezuela. É uma proteção temporária. Estamos não apenas preocupados, mas trabalhando para que, no momento em que puderem voltar, estejam protegidos. Felizmente, este dia está próximo, e o presidente Trump está fazendo muito para que isso aconteça. Ele é o líder que mais claramente entende a necessidade de desmontar este sistema criminoso, e nós, venezuelanos, somos profundamente gratos a ele.

6-Pergunta: Gostaria de dizer algo mais?
Resposta: Sim, quero me dirigir aos brasileiros. Primeiro, para agradecer. Vocês têm sido imensamente generosos, acolhendo milhares e milhares de venezuelanos. E quero dizer que uma Venezuela livre terá um enorme impacto positivo para o Brasil. Não apenas porque trabalharemos juntos em questões de segurança na fronteira e na recuperação ecológica após a devastação brutal na Amazônia e no Orinoco, mas também porque poderemos integrar duas nações que têm muito a compartilhar em energia, comércio, cultura, democracia e direitos humanos. O Brasil tem uma enorme responsabilidade regional, dada a dimensão de sua economia. E não pode ser indiferente ao que ocorre na região. Precisamos repensar os espaços de encontro regionais e subrregionais para garantir que nunca mais uma tragédia como a da Venezuela se repita em nosso continente.

7-Pergunta: Em 2023, o Prêmio Nobel foi concedido à iraniana Narges Mohammadi, que estava presa naquele momento. A sra. não está detida, mas vive de forma clandestina. Sente que tem alguma liberdade? Como está sua vida?
Resposta: Estou em isolamento físico total. Já faz 14 meses que estou absolutamente sozinha. Obviamente, me fornecem alimentos, mas estou completamente sozinha. E isso, claro, também me obrigou a refletir sobre essa nova forma de luta e a encontrar mecanismos para me comunicar com os venezuelanos e com o mundo, graças a Deus, por meio da tecnologia.

8-Pergunta: Sair do país, como fez seu aliado Edmundo González, ainda não é uma opção?
Resposta: Se há um momento em que quero e devo estar na Venezuela, é agora.

9-Pergunta: Nenhum membro da sua família permanece em Caracas. Como se sente?
Resposta: Sinto alívio por eles terem aceitado sair. Minha mãe não queria ir embora. Ela me disse: "Não vou te deixar sozinha." E eu respondi: "Você vai sim, mamãe. Por favor, por mim, te peço que vá." Foi muito difícil. Morro de vontade de abraçá-los.

10-Pergunta: Há quanto tempo não vê seus filhos?
Resposta: Em dezembro, dois anos. Meu marido, minhas irmãs, meus companheiros que estão presos... É uma experiência extrema que a vida me impôs, mas que me fez valorizar muito mais o que significam a família, a liberdade, poder caminhar e estar em seu próprio país. E o que significa olhar nos olhos, sabe? Poder ver alguém ao vivo, sem que sempre haja uma tela no meio.

11-Pergunta: Que tipo de segurança seria necessária para a sra. deixar a clandestinidade?
Resposta: A libertação da Venezuela. É a única coisa de que preciso.

12-Pergunta: A sra. sabia da decisão do presidente Donald Trump de autorizar a CIA a realizar ações secretas na Venezuela? O que pensa disso?
Resposta: A operação que os Estados Unidos estão conduzindo é estritamente dirigida por eles, na qual nós não estamos envolvidos.

13-Pergunta: Há chavistas e também governos da América do Sul que temem uma intervenção armada na Venezuela, especialmente depois dessa notícia sobre a CIA. Isso seria uma saída?
Resposta: Eu gostaria de que todos os governos da América Latina —alguns já o fizeram— se pronunciassem sobre a invasão que há anos ocorre em meu país, com a presença de agentes cubanos, russos, iranianos, a atuação livre de grupos terroristas como o Hezbollah, Hamas, os cartéis de drogas —o próprio Cartel de los Soles— e a guerrilha colombiana. Eles ocuparam a Venezuela e infiltraram nossas instituições.

Pedimos ao mundo inteiro, durante anos, que reconheça que a tirania no nosso país não é uma ditadura convencional. Estamos falando de um regime criminoso e narcoterrorista que utiliza os recursos obtidos com suas atividades ilícitas para reprimir. É terrorismo de Estado para dentro e narcoterrorismo para fora. Temos pedido que esses fluxos sejam interrompidos, e precisamente essas ações no âmbito da operação antinarcóticos buscam cortar essas fontes de financiamento. E isso é algo que nós, os venezuelanos —a imensa maioria—, agradecemos profundamente.

14-Pergunta: Sobre essas ações, o governo dos EUA afirmou já ter matado 27 pessoas em águas internacionais, na costa da Venezuela, como se fossem soldados inimigos, e não suspeitos de narcotráfico. Qual a sua opinião?
Resposta: Quem declarou guerra aos venezuelanos e aos países deste hemisfério foi Nicolás Maduro. Desde o primeiro dia, depois da vitória eleitoral de 28 de julho, oferecemos a Maduro sentar-se para negociar os termos de uma transição ordenada, com garantias. Ele se negou. Declarou guerra e iniciou a pior onda de repressão. E assim como Maduro começou esta guerra, esperamos que os países da região —com a liderança do presidente Trump— ponham fim a ela de uma vez por todas.

lucianoxavier
lucianoxavier 1 ngày trước kia
Venezuela livre já, vaza Maduro rato!
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reginaldod
reginaldod 2 ngày trước kia
A Venezuela só fica livre com Maduro no caixão e aqui com vários caixões e logo...
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