O Governo de El Salvador desmantelou em janeiro de 2024 o Monumento à Reconciliação, que simbolizou o fim da guerra civil (1980-1992), quatro anos depois do presidente salvadorenho, Nayib Bukele, ter ordenado a sua demolição.
O Ministério das Obras Públicas (MOP) iniciou a retirada, dizendo que o local será um novo espaço público com caminhos pedonais, lojas e um anfiteatro, conforme noticiou o jornal 'La Prensa Gráfica'.
“Este espaço não foi visitado por ninguém, era um monumento à corrupção. Custou mais de um milhão de dólares (…) Agora iniciaremos a construção de um novo espaço público neste setor para que todos os salvadorenhos possam usufruir dele. Um espaço de qualidade", explicou o ministro dessa pasta, Romeo Rodríguez.
Bukele agora reeleito considerou que o 'monumento à reconciliação'" não era "apenas esteticamente horrível, mas que glorificava o pacto entre os assassinos do nosso povo de partilhar o bolo".
Nas redes sociais o presidente de El Salvador publicou um vídeo do momento da derrubada do monumento e disse "Não apenas destruímos o horrível monumento do casamento ARENA-FMLN… Também lemos um bom uso do material"
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" O conjunto escultórico incluía três estátuas de bronze, duas com sete metros de comprimento, simbolizando um ex-guerrilheiro e um soldado, desarmado, com as mãos entrelaçadas soltando pombas de alumínio. A terceira delas, de doze metros de altura, era uma mãe com os braços estendidos e um anel que representava o compromisso com a paz. “Adeus, boneca azul, e tudo o que você representava”, concluiu Bukele após comentar ironicamente o apoio da comunidade internacional ao “paraíso terrestre” em que o país vivia “em perfeita democracia”, sem “ditadura”, com “independência de poderes”. “Quando quisemos mudar, eles nos condenaram, nos sancionaram e exigiram que ‘devolvessemos tudo ao estado anterior'”, disse ele.
Por ocasião do 25º aniversário da assinatura dos Acordos de Paz de Chapultepec (1992), data em que o conflito foi superado, em 2017 o Presidente Salvador Sánchez Cerén celebrou a inauguração do Monumento da Reconciliação na capital do país, San Salvador.
Entre 1980 e 1982, El Salvador viveu uma guerra civil que opôs as guerrilhas da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN) às Forças Armadas da ditadura militar, apoiadas por sua vez pelos Estados Unidos e pelos esquadrões da morte de extrema direita, deixando cerca de 75 mil mortos, a maioria deles civis, 8 mil desaparecidos e mais de um milhão de deslocados.
