Lula ainda disse que Brasil “não bate continência”
Um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a aplicação de tarifas recíprocas de 10% para o Brasil sobre produtos importados pelo país, o presidente do Brasil, Lula, criticou a medida.
Ele declarou que o Brasil não “bate continência” para nenhuma bandeira além da nacional.
“Um país [o Brasil] que não tolera ameaça à democracia, que não bate continência para nenhuma outra bandeira que não seja a verde e amarela”, afirmou Lula ao participar de um evento para apresentar um balanço das ações do governo desde o início do mandato, em 2023.
“Diante da decisão dos Estados Unidos de impor uma sobretaxa aos produtos brasileiros, tomaremos todas as medidas cabíveis para defender as nossas empresas e nossos trabalhadores brasileiros. Tendo como referência a lei da reciprocidade econômica aprovada ontem pelo Congresso Nacional e as diretrizes da Organização Mundial do Comércio”, afirmou.
A legislação mencionada por Lula foi aprovada em votação simbólica pela Câmara dos Deputados na última quarta-feira (2) e agora aguarda sanção presidencial. O projeto estabelece critérios para adoção de medidas de reciprocidade em casos de ações estrangeiras que possam prejudicar a competitividade internacional do Brasil.
Ao justificar as novas tarifas, Trump afirmou que essa decisão já deveria ter sido tomada há muito tempo e classificou as barreiras tarifárias impostas por outros países como uma “injustiça”. Ele descreveu as tarifas como “gentis”.
Lula defendeu a necessidade de “reciprocidade no tratamento” nas relações internacionais e reforçou seu apoio ao “multilateralismo e ao livre comércio”. O presidente brasileiro assegurou que responderá a qualquer tentativa de imposição de medidas protecionistas, as quais, segundo ele, “não cabem mais no mundo de hoje”.
No total, 126 países passam a ser cobrados com a taxa mínima de 10% ao vender seus produtos para os EUA