Destruição de Fordow: Declarações de Trump, Relatórios do Pentágono e Acusações de Traição

Em 21 de junho de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que os EUA realizaram um ataque aéreo "muito bem-sucedido" contra três instalações nucleares iranianas, incluindo Fordow, Natanz e Isfahan.

Em uma postagem na rede Truth Social, Trump afirmou que "uma carga completa de bombas" foi lançada sobre Fordow, resultando na "destruição total" do local, considerada a principal instalação do programa nuclear iraniano. Ele também parabenizou as forças americanas, destacando que "nenhuma outra força militar no mundo poderia ter feito isso" e que "agora é a hora da paz".

Em 25 de junho, Trump reforçou a informação declarando que espiões israelenses infiltrados em Fordow confirmaram a "aniquilação completa" da instalação, segundo um relatório que Israel divulgara em breve.

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O Ataque

O ataque, executado com bombardeiros B-2 e bombas GBU-57 "bunker-buster", ocorreu após semanas de escalada no conflito entre Israel e Irã, iniciado em 13 de junho de 2025. Fordow, localizada em uma área montanhosa a 80 metros de profundidade, é uma peça-chave do programa nuclear iraniano, projetada para resistir a ataques aéreos.

A operação, chamada "Martelo da Meia-Noite", envolveu 125 aviões e táticas de despiste, com 14 superbombas lançadas contra as instalações. Imagens de satélite da Maxar Technologies e Planet Labs revelaram danos visíveis, como crateras e poeira, mas não confirmaram a destruição total.

O que diz o Pentágono, segundo a imprensa

Contrariando as afirmações de Trump, um relatório preliminar da inteligência americana, vazado à CNN e ao New York Times, indicou que os ataques não destruíram completamente o programa nuclear iraniano.

Segundo fontes, as centrífugas em Fordow e Natanz permaneceram em grande parte intactas, e parte do urânio enriquecido foi transferida antes do ataque, sugerindo que o programa foi atrasado apenas por alguns meses.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) também não detectou contaminação radioativa, sugerindo que o urânio enriquecido pode estar seguro. Autoridades iranianas minimizaram os danos, afirmando que Fordow foi evacuada previamente e sofreu danos não decisivos.

Posição de Trump e Acusações de Traição

Trump reagiu com veemência ao relatório, acusando a CNN e o New York Times de propagarem "notícias falsas" com o objetivo de "desvalorizar um dos ataques militares mais bem-sucedidos da história".

Em postagens no Truth Social, ele afirmou que as instalações foram "completamente destruídas".

Seu enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff, classificou o vazamento do relatório como "traição" e exigiu investigações, enquanto o secretário de Defesa, Pete Hegseth, afirmou que as bombas foram "devastadoras" e que qualquer sugestão contrária visa minar o presidente. A Casa Branca também rejeitou a avaliação, chamando-a de "completamente errada".

Reações e Cessar-Fogo

O ataque gerou retaliações iranianas, com mísseis lançados contra bases americanas no Catar em 23 de junho, embora com danos mínimos e aviso prévio, sugerindo uma resposta simbólica. Um cessar-fogo mediado pelos EUA e pelo Catar foi anunciado em 23 de junho, mas Trump acusou ambos os lados de violá-lo, exigindo que Israel não retomasse bombardeios. Israel e Irã proclamaram "vitórias" – Netanyahu chamou o ataque de "vitória histórica", enquanto o Irã reafirmou seu direito a um programa nuclear civil.

As declarações de Trump sobre a destruição total de Fordow, apoiadas por relatórios de espiões israelenses, supostamente contrastam com avaliações mais cautelosas do Pentágono e da inteligência americana, que indicam danos significativos, mas não a eliminação do programa nuclear.

A situação permanece tensa, mesmo com o cessar-fogo, o risco de escalada ainda é presente, dependendo das próximas ações de Irã, Israel e EUA.