De Defesa a Guerra: Trump vai assinar ordem executiva para renomear o Departamento de Defesa como Departamento da Guerra

No dia 3 de setembro de 2025, o Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, concedeu uma entrevista ao programa "Fox & Friends", da Fox News, um dos principais veículos de comunicação conservadores do país. Durante a conversa, Hegseth abordou temas centrais da atual agenda militar americana, incluindo a proposta de rebatizar o Departamento de Defesa para Departamento de Guerra, a recente operação militar na Venezuela que resultou na morte de 11 membros do Trem de Aragua, a rejeição à eleição de Nicolás Maduro e a ameaça representada pelo narcotráfico na região. A entrevista gerou ampla discussão sobre a direção da política de segurança nacional dos Estados Unidos, refletindo as prioridades do governo Trump.

Análise Ponto a Ponto da Entrevista de Pete Hegseth à Fox News

1. Departamento de Guerra
Pete Hegseth, em sua entrevista, defendeu a proposta de rebatizar o Departamento de Defesa para Departamento de Guerra, argumentando que tal mudança reflete uma postura mais ofensiva e alinhada com a história militar dos Estados Unidos.

Ele afirmou:"Nós ganhamos a Primeira e a Segunda Guerra Mundial não com o Departamento de Defesa, mas com um Departamento de Guerra."
Hegseth destacou que a mudança de nome simboliza um retorno ao "ethos guerreiro" e uma rejeição à mentalidade defensiva, enfatizando que "queremos guerreiros, não apenas contingências intermináveis e jogando defesa."

Ele mencionou que a decisão final depende do presidente, mas indicou que há um movimento em curso para implementar essa mudança, inclusive com a possibilidade de nova sinalização no Pentágono.

2. Ataque à Embarcação na Venezuela
Sobre o recente ataque a uma embarcação na Venezuela, Hegseth foi questionado sobre a legalidade e a estratégia por trás da operação.

Ele respondeu:"Temos ativos incríveis e eles estão se reunindo na região... aqueles 11 traficantes de drogas não estão mais conosco, enviando um sinal muito claro de que esta é uma atividade que os Estados Unidos não tolerarão em nosso hemisfério."

Ele evitou detalhes sobre a operação, mas disse que foi uma ação deliberada para combater o narcotráfico, alinhada com a política de tolerância zero do governo Trump.
Hegseth também mencionou que a operação faz parte de uma estratégia mais ampla para lidar com ameaças na região do Caribe, embora não tenha fornecido detalhes específicos sobre a autorização ou os alvos.

3. Eleição de Maduro
Quanto à eleição de Nicolás Maduro na Venezuela, Hegseth expressou uma posição crítica, alinhada com ao pensamento do governo Trump de que a eleição foi fraudulenta.

Ele disse:"A eleição de Maduro foi amplamente rejeitada pela comunidade internacional, e nós não reconhecemos sua legitimidade."

Ele enfatizou que o governo dos Estados Unidos está comprometido em apoiar a oposição venezuelana e em pressionar Maduro, inclusive através de sanções e recompensas, como a oferta de US$ 50 milhões por informações que levem à sua prisão. Hegseth também vinculou a eleição de Maduro à instabilidade regional e ao aumento do narcotráfico, sugerindo que essas questões estão interconectadas.

4. Trem de Aragua
Sobre o Trem de Aragua, Hegseth foi claro em sua condenação ao grupo, classificando-o como uma organização criminosa perigosa.

Ele afirmou:"O Trem de Aragua é uma ameaça significativa, não apenas para a Venezuela, mas para os Estados Unidos, devido ao seu envolvimento no narcotráfico e na violência."

Ele justificou o ataque à embarcação como parte de uma estratégia para desmantelar essa organização, afirmando que "essas ações enviam uma mensagem clara de que não toleraremos atividades criminosas em nosso hemisfério."

Hegseth também mencionou que o governo Trump está trabalhando em conjunto com aliados regionais para combater o Trem de Aragua, embora não tenha detalhado quais seriam essas alianças.