Cúpula do Brics no Rio: Ausências Ilustres Enfraquecem Influência Brasileira

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Com líderes como Xi Jinping e Vladimir Putin fora do encontro, Brasil enfrenta desafios para consolidar sua liderança no bloco

A Cúpula do Brics de 2025, realizada no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho, deveria marcar a consolidação da expansão do bloco, que dobrou de tamanho em 2023 com a entrada de novos membros, como Egito, Irã e Arábia Saudita.

No entanto, a ausência de líderes de peso, como o presidente chinês Xi Jinping, o russo Vladimir Putin, o egípcio Abdel Fattah al-Sisi e o iraniano, transformou o evento no que analistas chamam de “Brics menos”.

Essa falta de representatividade de alto nível compromete a capacidade do Brasil de reforçar sua influência global e avançar pautas estratégicas, como a reforma do Conselho de Segurança da ONU.

A ausência de Xi Jinping, confirmada dias antes do evento, gerou desconforto na diplomacia brasileira, especialmente porque a China foi uma das principais defensoras da ampliação do bloco, conhecida como “Brics Plus”.

A justificativa de Pequim foi considerada vaga, aumentando especulações sobre tensões internas no grupo. Já a ausência de Putin era esperada devido a um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional, que poderia obrigar o Brasil a detê-lo.

Apesar do esvaziamento, o Brasil buscou manter o foco em temas como saúde global, mudanças climáticas e inteligência artificial, com destaque para a agenda climática em preparação para a COP30. No entanto, a ampliação do bloco trouxe desafios: com 11 membros, alcançar consenso tornou-se mais complexo, diluindo o poder de influência do Brasil.

A cúpula também reflete divisões internas no governo brasileiro, com visões conflitantes entre o Planalto, o Itamaraty e a Fazenda sobre o papel do Brics.

Para especialistas, como Victoria Panova, do Conselho de Especialistas do Brics, o bloco segue relevante como símbolo de multilateralismo e multipolaridade. Contudo, a ausência de líderes-chave pode limitar avanços concretos, reforçando a percepção de que o encontro no Rio não alcançará o impacto esperado. O Brasil, que almejava fortalecer sua posição global, enfrenta o risco de sair da cúpula com resultados modestos, em um momento em que a geopolítica global exige articulações robustas.

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