Trump quer mudança de regime no Brasil, mas vai falhar, diz filho de George Soros. Será?

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Presidente do conselho da Open Society, Alex Soros diz que Eduardo Bolsonaro está "ditando aspectos da política dos EUA para o Brasil”, mas que tiro sairá pela culatra: "as pessoas querem votar contra..

Alex Soros, que preside o conselho da Open Society Foundations e é filho do bilionário George Soros disse a Folha de São Paulo que Donald Trump configura uma ameaça direta à autonomia de nações ao redor do globo, incluindo o Brasil, embora seus esforços para desestabilizar governos tenham, até o momento, gerado resultados contrários.

“Ele [Trump] está tornando Lula mais popular”, declarou Soros em entrevista publicada nesta segunda-feira (25) pelo jornal Folha de S.Paulo, concedida durante sua visita ao Brasil, onde se encontrou com ministros como Fernando Haddad, Marina Silva e Anielle Franco.

Durante a entrevista, ele mencionou a ofensiva dos Estados Unidos contra o governo Lula, que envolve tarifas, sanções e pressões sobre decisões do Supremo Tribunal Federal, sobretudo em questões ligadas à regulação das grandes empresas de tecnologia. Soros afirma que tais medidas representam uma tentativa evidente de “mudança de regime”, com Eduardo Bolsonaro “ditando aspectos da política dos EUA para o Brasil.

” Para ele, “o comportamento de Trump é uma ameaça à soberania em todo o mundo”, mas “em todos os lugares em que tentou interferir ou emplacar um ‘proxy’, ele fracassou”. Ele sustenta que o cenário brasileiro segue esse mesmo modelo, acabando por favorecer o presidente Lula. “As pessoas querem votar contra Trump”, afirmou.

SERÁ QUE TRUMP CONSEGUE MUDAR O REGIME QUE ESTÁ NO PODER NO BRASIL ?

Para entender essa análise, é importante examinar as decisões de Trump relacionadas ao Brasil desde o início de seu segundo mandato e os motivos pelos quais ele parece determinado a não desistir de seus objetivos.

Decisões de Trump Relacionadas ao Brasil desde 2025

  1. Imposição de Tarifas de 50% (Julho de 2025)

    Uma das primeiras ações significativas de Trump foi a assinatura de um decreto executivo em 30 de julho de 2025, que impôs tarifas de 50% sobre a maioria dos produtos brasileiros. Essa medida, baseada na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), foi justificada como resposta a políticas do governo brasileiro que, segundo Trump, representam uma “ameaça extraordinária” à segurança nacional, política externa e economia dos EUA. Especificamente, o decreto cita a perseguição política, censura e violações de direitos humanos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, além de pressões sobre empresas americanas por parte da Justiça brasileira, como o Supremo Tribunal Federal (STF).

  2. Sanções contra Alexandre de Moraes (Julho de 2025)

    Paralelamente às tarifas, o governo Trump impôs sanções sob a Lei Magnitsky contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, acusado de liderar uma campanha de censura e prisões arbitrárias. Essas sanções incluem a revogação de vistos para Moraes, seus aliados e familiares, sendo apresentadas como defesa da liberdade de expressão americana e de empresas dos EUA operando no Brasil. Essa ação foi vista como uma interferência direta nos assuntos judiciais brasileiros, especialmente no julgamento de Bolsonaro por suposta participação em atos golpistas.

  3. Política de Restrição de Vistos (Maio e Julho de 2025)

    Em maio de 2025, o Secretário de Estado Marco Rubio anunciou uma política de restrição de vistos contra estrangeiros envolvidos em censura à expressão protegida nos EUA. Em julho, Trump ordenou a aplicação dessa política a Moraes e outros membros do STF, reforçando a narrativa de que o Judiciário brasileiro ameaça interesses americanos, como a liberdade de empresas de tecnologia.

  4. Pressão Diplomática e Apoio a Eduardo Bolsonaro

    Desde abril de 2025, Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, tem atuado nos EUA como lobista, buscando apoio para seu pai e pressionando por sanções contra o governo brasileiro. A proximidade de Trump com a família Bolsonaro, incluindo encontros e declarações públicas de apoio, indica uma estratégia de usar canais informais para influenciar a política interna do Brasil.

Razões para Não Desistir de Seus Objetivos

Apesar das resistências, Trump parece determinado a não recuar de seus objetivos no Brasil por vários motivos:

  • Apoio Ideológico a Bolsonaro: Trump vê em Bolsonaro um aliado ideológico e um espelho de suas próprias experiências políticas, especialmente após a fraude eleitoral que ambos enfrentaram. A defesa de Bolsonaro é pessoal e estratégica, visando fortalecer a direita global, incluindo o movimento “MAGA” (Make America Great Again) e seus equivalentes no Brasil.

  • Interesses Econômicos e Políticos: As tarifas e sanções visam pressionar o governo Lula a ceder em questões como a regulação de big techs e a libertação de Bolsonaro. Embora o Brasil tenha um superávit comercial com os EUA, Trump usa a alavancagem econômica para proteger empresas americanas de regulamentações que considera hostis, além de enfraquecer a influência do Brasil no bloco BRICS, que ele enxerga como uma ameaça à hegemonia do dólar.

  • Apoio Doméstico: As ações contra o Brasil reforçam a imagem de Trump como um defensor da liberdade de expressão e dos valores conservadores nos EUA. Com a proximidade das eleições de meio de mandato em 2026, ele mantém sua base eleitoral mobilizada ao confrontar um governo de esquerda como o de Lula.

  • Falta de Flexibilidade Diplomática: A postura de Trump, marcada por um enfoque transacional e pessoalista, dificulta concessões. Analistas apontam que, mesmo com isenções parciais para setores como aviação e suco de laranja, a ausência de diálogo direto com Lula reflete uma estratégia de pressão contínua, ignorando canais institucionais como a OMC, onde o Brasil levou o caso.

  • As ações de Trump desde 2025 refletem uma estratégia clara de querer salvar oo Brasil, motivada por interesses ideológicos, econômicos e políticos. A determinação de Trump em prosseguir é pessoal, ao assumir seu novo mandato Trump declarou que um de seus principais objetivos é liberdade de expressão e eleições livres.

  • Uma das falas mais destacadas de Donald Trump sobre liberdade de expressão e eleições livres, especialmente no contexto global, foi feita durante seu discurso ao Congresso em 4 de março de 2025, em seu segundo mandato. Nesse discurso, ele afirmou: “Parei toda a censura governamental e trouxe a liberdade de expressão de volta à América”, enfatizando sua visão de promover um ambiente onde a expressão individual seja protegida sem interferência estatal. Embora o foco principal tenha sido doméstico, ele também conectou isso a uma trabalho mais amplo, sugerindo que os Estados Unidos deveriam servir como exemplo para o mundo, promovendo sistemas eleitorais transparentes e livres de manipulação.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2025/08/tentativa-de-trump-de-desestabilizar-governo-lula-vai-sair-pela-culatra-diz-alex-soros.shtml

reginaldod
reginaldod 2 dias atrás
Infelizmente vejo uma reviravolta para liberdade de expressão e de vida quase utópica pois o povo não tem a coragem necessária pra fazer a mudança.
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