Trump promete perdoar manifestantes de 6 de janeiro em primeiro dia de mandato
Na sua primeira entrevista de TV desde sua vitória eleitoral, o presidente eleito Donald Trump discutiu várias de suas promessas de campanha.
Em entrevista ao programa Meet the Press, da NBC News, exibida neste domingo (8/12), ele prometeu fazer mudanças imediatas e abrangentes assim que assumir o cargo.
Trump reforçou uma de suas principais promessas, afirmando que perdoará as pessoas presas por sua participação no ataque ao Capitólio, ocorrido em 6 de janeiro, logo no seu primeiro dia de governo.
"Primeiro dia. Sim, estou buscando esses perdões", disse Trump à jornalista Kristen Welker, do programa "Meet the Press". Ele criticou as condições de prisão dos envolvidos e argumentou que muitos deles se declararam culpados por não terem outra escolha. "Olha, eu conheço o sistema. O sistema é muito corrupto. Eles dizem para o cara: 'Você vai para a prisão por dois anos ou 30 anos'. E esses caras estão vendo suas vidas destruídas", disse Trump. "Sim, eu vou analisar tudo. Vamos olhar caso a caso", completou.
De acordo com o Departamento de Justiça, mais de 1.500 pessoas foram presas ou acusadas em conexão com os eventos de 6 de janeiro, e quase 900 delas se declararam culpadas.
Trump, que sempre fez da libertação dos presos do 6 de janeiro um tema central em sua campanha, prometeu liberá-los como uma de suas primeiras ações como presidente, frequentemente mencionando-os em seus comícios.
Além de atacar Biden e Smith, Trump também fez duras críticas à comissão da Câmara dos Representantes que investiga o ataque de 6 de janeiro, sugerindo que seus membros deveriam ser presos.
"[A ex-deputada Liz] Cheney estava por trás disso. Benny Thompson também, e todo mundo daquela comissão, honestamente, eles deveriam ir para a cadeia”. Porém, Trump tentou se distanciar de uma possível ação direta sobre isso, quando questionado se iria mandar os membros da comissão para a prisão. "Acho que terão que analisar isso. Mas eu não vou. Vou focar no 'Drill, baby, drill' [programa de exploração de petróleo]", disse Trump.
Trump afirma que irá deportar todos os imigrantes ilegais dos EUA
Donald Trump, afirmou que pretende deportar todos os imigrantes ilegais que vivem no país durante os próximos quatro anos de seu mandato.
“Bem, eu acho que você tem que fazer isso, e é uma coisa muito difícil de fazer. Mas você tem que ter regras, regulamentos, leis. Eles entraram ilegalmente”, disse Donald Trump.
A imigração foi o tema central da campanha de Trump. Na entrevista deste domingo, ele afirmou que os primeiros a serem deportados serão os criminosos condenados.
As famílias com vistos mistos — onde alguns estão nos Estados Unidos legalmente e outros ilegalmente — também serão atingidas. “Não quero separar famílias, então a única maneira de não separar a família é mantê-los juntos e mandá-los todos de volta”, sugeriu.
Outro grupo afetado será o de pessoas com a cidadania por direito de nascença. Hoje, a proteção conquistada por uma emenda à Constituição dos Estados Unidos garante cidadania a qualquer pessoa nascida em solo americano, independentemente da origem dos pais.
Trump cogita saída dos EUA da Otan e avalia cortar ajuda à Ucrânia
Trump disse neste domingo (08/12) que “com certeza” cogitaria abandonar a Otan, aliança militar do Ocidente, caso seus membros não “paguem suas contas” e tratem os Estados Unidos de forma “justa” em vez de “tirar vantagem” na defesa e no comércio exterior.
“Eles [Europa] não compram nossos carros, não compram nossos produtos alimentícios, não compram nada. É uma desgraça. E, ainda por cima, nós os defendemos”, queixou-se em entrevista à emissora americana NBC. “Eu consegui centenas de bilhões de dólares para a Otan só com uma atitude dura. Eu disse aos países: ‘Eu não vou proteger vocês a menos que vocês paguem’, e eles começaram a pagar.”
A expressão simplificada “pagar as contas” é, na verdade, uma referência ao compromisso voluntário que cada país-membro da Otan assume de gastar 2% do PIB em defesa.
Essa meta tem sido descumprida desde o final da Guerra Fria, mas voltou a ser gradualmente observada desde a invasão russa da Ucrânia, em 2022 – e, segundo a Otan, é atualmente cumprida pela maioria dos atuais 32 membros da aliança.
Trump, que volta à Casa Branca no dia 20 de janeiro, há muito tem alertado países europeus e o Canadá de depender dos gastos militares dos EUA, que é o país mais poderoso da Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Uma das principais vantagens de fazer parte da Otan é justamente a promessa de assistência mútua de que gozam seus membros, já que um ataque a um único país da aliança é considerado um ataque à aliança como um todo.
“Se eles estiverem pagando suas contas, e se eu achar que eles estão fazendo um justo – que eles estão nos tratando de forma justa, a resposta é que com certeza eu ficaria com a Otan”, disse Trump. Do contrário, continuou, “com certeza” consideraria a possibilidade de abandonar a aliança.
Possíveis cortes na ajuda americana à Ucrânia
Perguntado sobre se a Ucrânia deve se preparar para cortes na ajuda militar que recebe dos EUA, seu maior aliado, Trump também respondeu que isso seria “possível”.
Seria uma perspectiva dura para a Ucrânia, que já pena há quase três anos para repelir a invasão russa, mas também para os europeus, que se veem às voltas com suas próprias crises orçamentárias e políticas e temem que uma eventual vitória do líder russo Vladimir Putin no conflito possa encorajá-lo a causar mais problemas no continente.
No domingo, antes da entrevista e um dia depois de um encontro com os presidentes da França, Emmanuel Macron, e da Ucrânia, Volodimir Zelenski, Trump publicou nas redes sociais um apelo a Putin para que negocie um cessar-fogo imediato com a Ucrânia.
“Zelenski e a Ucrânia gostariam de fazer um acordo e parar com a loucura”, postou Trump na em sua rede social, a Truth Social. “Conheço bem o Vladimir. Essa é a hora dele de agir. A China pode ajudar. O mundo está esperando!”, escreveu, aludindo aos esforços de mediação chineses vistos por muitos na Europa como desequilibrados em favor da Rússia.
Em resposta, Zelenski reagiu dizendo ter interesse em uma paz “justa e forte, que os russos não destruirão em alguns anos, como eles fizeram antes”.
Um dos cenários cogitados pelo país para um possível acordo seria justamente a entrada do país na Otan, aliança que Trump agora declara abertamente cogitar abandonar, e algo que Moscou considera absolutamente inaceitável.
Na entrevista à NBC, Trump disse estar trabalhando ativamente pelo fim do conflito, mas se negou a dizer se manteve conversas com Putin desde que venceu a eleição. “Não quero dizer nada sobre isso, porque não quero fazer nada que possa atrapalhar as negociações”, justificou.
Aliados da Ucrânia temem que um acordo costurado às pressas poderia acabar favorecendo a Rússia, dando ao país tempo para reorganizar suas forças militares e voltar à carga – a velocidade com que caiu o regime do ditador Bashar al-Assad, aliado de Moscou, foi interpretada como um sinal do quanto a guerra na Ucrânia tem drenado a capacidade de fogo russa.
Trump diz que México e Canadá deveriam se tornar estados americanos se quiserem continuar recebendo dinheiro dos EUA!
“Se vamos subsidiar esses países, que virem estados americano!”
Fonte: https://www.metropoles.com/mundo/trump-cogita-saida-dos-eua-da-otan-e-avalia-cortar-ajuda-a-ucrania
Fonte: https://www.gazetanews.com/noticias/eua/2024/12/492408-trump-promete-perdoar-manifestantes-de-6-de-janeiro-em-primeiro-dia-de-mandato.html