A Suprema Corte dos Estados Unidos autorizou nesta sexta-feira (30) que o governo do presidente Donald Trump retire o status legal temporário de mais de 500 mil imigrantes —o que abre caminho para a deportação em massa.
A decisão revoga um programa criado em 2022 pelo então presidente Joe Biden que concedia autorização prévia de entrada legal nos EUA, com validade inicial de dois anos, desde que o imigrante tivesse um patrocinador americano responsável pelo apoio financeiro durante a estadia.
Em março, Trump já havia tentado revogar o benefício concedido a 532 mil venezuelanos, cubanos, haitianos e nicaraguenses que viviam nos EUA. Mas, no mês seguinte, a medida foi suspensa pela Justiça de Boston.
Nesta sexta, os juízes não justificaram a decisão que derrubou a suspensão. Duas das magistradas foram contra a medida; o placar do julgamento não foi revelado. A Suprema Corte americana tem nove juízes.
A liberdade condicional de imigração é uma forma de permissão temporária, segundo a lei americana, para permanecer no país por "motivos humanitários urgentes ou benefício público significativo", permitindo que os beneficiários vivam e trabalhem nos Estados Unidos.
Mais de um milhão por ano: Governo Trump estabelece meta de 3 mil detenções por dia em agenda contra imigração
O governo de Donald Trump está instruindo as autoridades de imigração a aumentarem as prisões de imigrantes irregulares para 3.000 por dia, com uma meta de mais de 1 milhão por ano, de acordo com uma pessoa familiarizada com as discussões. A diretriz foi entregue em uma reunião recente liderada pelo conselheiro sênior de Trump, Stephen Miller, e pela secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, disse a fonte, que falou sob condição de anonimato.
Trump fez da fiscalização rigorosa da imigração uma questão fundamental de sua Presidência, prometendo realizar o maior esforço de deportação da História dos EUA. Mas, até o momento, a escala de prisões de migrantes ilegais no país permaneceu em grande parte em linha com a do governo anterior.
Nos primeiros 100 dias do segundo mandato de Trump, iniciado em janeiro, o Serviço de Alfândega e Imigração dos EUA (ICE, na sigla em inglês) informou ter deportado cerca de 65 mil pessoas. Durante a reta final do governo de Joe Biden, o ICE prendeu uma média de 759 migrantes por dia, de acordo com dados federais do Transactional Records Access Clearing House da Universidade de Syracuse.
A nova meta de prisões parece fazer parte de uma estratégia mais ampla para acelerar as remoções. No início deste ano, o governo expandiu o programa 287(g), que delega a polícia estadual e local para realizar prisões relacionadas a imigrantes. O ICE também publicou ofertas de contrato no valor de até US$ 45 bilhões para expandir a capacidade de detenção em prisões de imigração.