A Polícia Federal (PF) identificou uma conexão entre a suposta espionagem ilegal ocorrida na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o suposto plano de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) na Presidência no final de 2022.
Com base nas evidências reunidas, a PF solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, responsável por ambos os casos, o compartilhamento de provas do inquérito sobre a susposta tentativa de golpe com a investigação da chamada “Abin paralela”.
De acordo com a PF, as investigações indicaram que vários servidores da polícia federal participaram de uma divisão de tarefas estabelecida pelo grupo investigado, “para desenvolver ações voltadas a desestabilizar o Estado Democrático de Direito, com o fim de obtenção de vantagem consistente em tentar manter o então presidente da República JAIR BOLSONARO no poder, a partir da consumação de um Golpe de Estado e da Abolição do Estado Democrático de Direito, restringindo o exercício do Poder Judiciário e impedindo a posse do então presidente da república eleito”.
Duas semanas atrás, o ex-presidente Bolsonaro e mais 36 pessoas foram indiciados no inquérito que investiga o plano de golpe. Entre os indiciados está o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin durante o governo Bolsonaro. Seu envolvimento foi incluído após o compartilhamento de provas entre os inquéritos, autorizado pelo STF.
A investigação sobre a “Abin paralela” está em sua fase final. A direção da PF planeja enviar o caso ao Supremo até o final deste ano, mas há a possibilidade de conclusão no início do próximo ano.
Em novembro, a analista da CNN Luísa Martins revelou que o STF suspeita que a chamada “Abin Paralela” possa ter participado de um plano para assassinar autoridades brasileiras, supostamente articulado por cinco militares presos na operação Contragolpe da Polícia Federal.
Fontes próximas ao ministro Alexandre de Moraes sugerem que agentes de inteligência do governo Bolsonaro podem ter monitorado ativamente o próprio magistrado, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin.
Fontes ligadas ao caso também indicam que as provas coletadas no processo sobre a tentativa de golpe podem ser compartilhadas com a investigação em andamento no STF sobre a “Abin Paralela”.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/pf-aponta-ligacao-da-abin-paralela-com-plano-de-golpe-e-pede-ao-stf-compartilhamento-de-provas/