Apesar do avanço do pacote “Anti-STF” na CCJ, o presidente da Câmara, Arthur Lira, sinaliza a aliados que não deve colocar as propostas para votação no plenário. Deputados próximos a ele dizem que, com a proximidade do fim do mandato à frente da Câmara, Lira deve evitar temas polêmicos que possam atrapalhar a sucessão ao comando da Casa. O favorito para assumir a presidência é o deputado Hugo Motta, do Republicanos. Aliados dizem, porém, que apesar de não manifestar vontade de pautar os projetos em plenário, Lira deve ser cobrado a pelo menos montar a comissão especial por onde as propostas precisam passar, já que a iniciativa de destravar parte das propostas foi dele.
Depois que os temas avançaram na CCJ, um deputado do grupo político de Lira disse à CBN que apesar de ter desengavetado duas das propostas, Lira “não colocou a digital para votar os temas”, já que quem pautou os projetos foi a presidente da comissão, Caroline di Toni, do PL. No STF, a avaliação dos ministros é de que as propostas são inconstitucionais, porque mexem em cláusulas pétreas e que as medidas vão ser barradas. Nesta quinta-feira, o presidente do STF, o ministro Luís Roberto Barroso, disse “não se mexe em instituições que estão funcionando” por interesses políticos.
Barroso não citou o avanço das propostas, mas disse que “como toda instituição humana, o Supremo é passível de erros e está sujeito a críticas e a medidas de aprimoramento”, mas que o tribunal "cumpriu o seu papel e serviu ao país nos 36 anos da Constituição”. O decano, o ministro Gilmar Mendes, também fez questão de enfatizar a atuação do STF.