A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) recebeu na quinta-feira (22) 21 toneladas de urânio enriquecido importado da Rússia para a fabricação dos elementos combustíveis para a 29ª recarga da usina nuclear de Angra 1, no estado do Rio de Janeiro.
A carga foi distribuída em cinco contêineres e chegou ao Porto do Rio de Janeiro acondicionado em 14 cilindros e foi transportada para a fábrica de combustível nuclear da INB, em Resende (RJ), onde será utilizado na fabricação do combustível.
Segundo a estatal, o transporte foi planejado e coordenado pela INB cumprindo os planos de transporte aprovados pelos órgãos de controle e contou com a participação do Departamento de Coordenação de Assuntos Nucleares (DCANuc) do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR),da Comissão Estadual de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis do Rio de Janeiro (Cesportos-RJ), Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar do RJ, Agência Brasileira de Inteligência e Guarda Portuária (RJ).
“O urânio será utilizado para a fabricação de 44 elementos combustíveis que compõem a 29ª recarga de Angra 1, contribuindo para a geração de energia limpa, com baixa emissão de carbono”, disse em nota o presidente da INB, Adauto Seixas.
A usina de Angra 1 tem 640 megawatts (MW) de capacidade instalada e gera energia suficiente para suprir uma cidade de 1 milhão de habitantes. A Eletronuclear, controladora das usinas de Angra, é a responsável pelas paradas programadas para reabastecimento.
As paradas ocorrem aproximadamente a cada 14 meses e nessas ocasiões é trocado um terço do total de elementos combustíveis.
Cada elemento permanece no reator por três ciclos e são organizadas com pelo menos um ano de antecedência, levando em consideração a duração do combustível nuclear, que é composto por urânio, e as necessidades do Sistema Interligado Nacional (SIN). A última parada aconteceu no dia 28 de outubro de 2023.
O Brasil tem a sexta maior reserva de urânio do planeta e um dos poucos no mundo que dominam a tecnologia de enriquecimento para fins pacíficos, mas consegue minerar apenas 40% do que precisa para Angra 1. As tensões geopolíticas por conta da guerra da Rússia contra a Ucrânia e a alta demanda internacional fizeram com que o preço do insumo esteja atualmente em patamares mais elevados.
Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2024/02/23/inb-importa-uranio-enriquecido-da-russia-para-recarga-da-usina-nuclear-de-angra-1.ghtml