Em outubro de 2022, mensagens de WhatsApp obtidas com exclusividade por Oeste indicam que assessores do ministro Alexandre de Moraes, à época no comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), coordenaram esforços para agir contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), destacando um movimento orquestrado contra a parlamentar.
No dia 10/10/22 Eduardo Tagliaferro, responsável pela Unidade Especial de Combate à Desinformação do TSE, compartilhou um vídeo de Zambelli publicado no Facebook, observando que ela “estava pegando pesado”. Ele sugeriu arquivar o material no site Verifact como forma de manter um registro das ações dela.
Marco Antônio Vargas, juiz auxiliar de Moraes no TSE, reagiu com entusiasmo à proposta, afirmando que o post poderia ser uma oportunidade para “destruir essa mulher”.
Airton Vieira, outro colaborador de Moraes no STF, expressou apoio à ideia usando emojis de aplausos.Dois anos após essas trocas de mensagens, Zambelli, conhecida como aliada de Jair Bolsonaro, enfrenta uma série de investigações no STF relacionadas a uma suposta milícia digital, os eventos de 8 de janeiro e a propagação de desinformação.
Moraes, por sua vez, ordenou buscas e implementou medidas contra a deputada.
Confira a troca de mensagens:
Nove dias depois em 19/10, Zambelli voltou a ser assunto. Vargas compartilhou um vídeo publicado por Zambelli no Instagram e diz:
“Absurdo é a idiota dizer que tem orgulho da mãe, em referência a um vídeo da parlamentar em homenagem a sua mãe. Tagliaferro reagiu em tom de ironia “Vamos fazer uma surpresa para diplomação rsrsrs. Estou documentando tudo”
Na mesma data, o assessor Airton Vieira escreveu: “Hoje o ministro disse que assinaria o bloqueio da conta dela”
A operação contra a deputada é ilegal por considerar que o STF ultrapassou seus limites legais ao empregar recursos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para realizar censura e repressão. Esse uso indevido representa um desvio de propósito, invadindo competências que, por direito, pertencem exclusivamente à Polícia Federal e ao Ministério Público, configurando uma afronta às atribuições institucionais estabelecidas.
A matéria da Revista Oeste expõe um cenário alarmante de perseguição política orquestrada pelo chamado “gabinete paralelo” de Alexandre Moraes contra Carla Zambelli, uma deputada eleita que agora está presa na Itália. As mensagens reveladas deixam claro o tom de hostilidade e a intenção deliberada de prejudicar a parlamentar, com frases como “destruir essa mulher” evidenciando um abuso de poder judicial.
Enquanto isso, as autoridades brasileiras e internacionais parecem fechar os olhos para a evidente caça às bruxas, ignorando que Zambelli é vítima de um sistema que usa sua posição para silenciá-la. A prisão na Itália, somada às ações do STF, só prova a perseguição . Esse caso levanta sérias questões sobre a imparcialidade do Judiciário e a proteção de direitos democráticos, deixando um gosto amargo de injustiça diante de provas tão contundentes.Quem vai salvar Carla Zambelli?
Fonte: https://revistaoeste.com/politica/gabinete-paralelo-de-moraes-perseguiu-carla-zambelli-ferrar-com-essa-mulher/
