Bukele aconselha Trump sobre o Judiciário e diz Se não o controlar, ele controlará você

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"Minha única dica para Trump: se você não controlar o sistema judicial, ele controlará você. E não será bonito."

Em um encontro que gerou grande repercussão política e midiática, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, fez uma visita ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca, reforçando laços políticos e ideológicos. O momento mais comentado do encontro foi a “dica” direta de Bukele a Trump sobre o sistema judicial americano: “Conserte antes que seja tarde.”

A fala, embora breve, carrega forte carga simbólica e política. Em meio a processos judiciais enfrentados por Trump, incluindo sua recente condenação criminal, Bukele sugeriu que o ex-presidente deveria agir para reformar ou confrontar o que chamou de “um sistema judicial corrompido e manipulado politicamente”.

“Se você não consertar isso agora, eles vão acabar com você e com qualquer um que tente mudar as coisas. Foi isso que eu aprendi. E aprendi rápido”, afirmou Bukele, segundo fontes próximas à reunião.

Uma mensagem com recado duplo

A visita de Bukele a Trump marca mais do que um simples gesto diplomático — é um ato de alinhamento com uma visão de mundo que critica instituições tradicionais e promove a centralização do poder como forma de enfrentar “elites corruptas”.

Analistas políticos destacam que a declaração de Bukele funciona como um espelho: é tanto uma crítica ao que ele considera abusos do Judiciário americano, quanto uma justificativa indireta para as medidas que ele próprio tomou em El Salvador. Desde o início de seu governo, Bukele tem promovido reformas profundas, incluindo a destituição de magistrados e promotores, concentrando mais poder no Executivo — algo que ele defende como necessário para “limpar o sistema”.

Reações divididas

Nos Estados Unidos, a fala repercutiu de forma controversa. Aliados de Trump viram em Bukele um líder que “entende o que está em jogo” e elogiaram sua coragem em expor falhas do sistema judicial americano. Já críticos apontaram que a presença de Bukele na Casa Branca, ainda que em caráter simbólico (visto que Trump atualmente não ocupa a presidência), representa um flerte perigoso com ideias autoritárias.

A Casa Branca oficial — sob administração de Joe Biden — não comentou a visita, mas membros do Partido Democrata classificaram o encontro como “teatral e preocupante”.

Populismo em alta

Tanto Trump quanto Bukele são considerados líderes populistas que desafiam normas institucionais tradicionais. O encontro entre os dois é visto como uma espécie de celebração desse estilo político, marcado por discursos diretos, uso intenso das redes sociais e enfrentamento com instituições tidas como “obstáculos do sistema”.

Enquanto Bukele fortalece sua imagem como o “líder forte” da América Latina, Trump encontra em alianças como essa munição política para reforçar sua narrativa de perseguição e de combate ao “establishment”.

Conclusão

A dica de Bukele a Trump — “conserte o Judiciário antes que seja tarde” — ecoa além do Salão Oval. É uma crítica com peso ideológico e geopolítico, que alimenta o discurso de líderes que se dizem combatentes de sistemas corruptos, ainda que à custa da institucionalidade democrática. Para muitos, uma advertência velada. Para outros, um sinal claro de tempos políticos cada vez mais polarizados.

A fala gerou forte repercussão tanto nos EUA quanto na América Latina. Críticos apontam que Bukele estaria promovendo a ideia de um autoritarismo judicial, algo pelo qual ele próprio já foi acusado. Desde o início de seu governo, Bukele foi amplamente criticado por destituir juízes da Suprema Corte e substituir membros do Ministério Público por aliados políticos, centralizando o poder e esvaziando a separação dos poderes em El Salvador.

A dica a Trump veio num momento em que o ex-presidente norte-americano enfrenta várias batalhas judiciais, incluindo acusações relacionadas à tentativa de subverter o resultado das eleições de 2020 e ao caso de pagamentos ilegais durante sua campanha presidencial.

Especialistas em política internacional interpretaram o comentário de Bukele como uma defesa de seu modelo de "governo forte" — algo que vem ganhando apoio em setores conservadores dos EUA. Já analistas democráticos alertam para os riscos de líderes autoritários influenciarem figuras com aspirações de retorno ao poder.

Apesar das críticas, Bukele tem mantido altos índices de aprovação em seu país, especialmente por sua política de mão dura contra o crime e gangues. Seu estilo direto e uso frequente das redes sociais o colocam como uma figura global influente entre líderes populistas.

Se por um lado a fala reforça a imagem de Bukele como símbolo de uma nova direita autoritária, por outro ela acende o alerta sobre os riscos de erosão institucional em democracias consolidadas — inclusive nos Estados Unidos.


reginaldod
reginaldod 24 dias atrás
Para fazer mudanças assim é preciso a maioria esmagadora do congresso nacional...
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