A Lei Magnitsky: Origem, Sanções e Aplicação

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Lei Magnitsky em Foco: Sanções a Alexandre de Moraes e BNP Paribas em Perspectiva

A Lei Magnitsky é uma legislação norte-americana que permite aos Estados Unidos impor sanções econômicas e restrições a indivíduos ou entidades acusados de corrupção significativa ou graves violações de direitos humanos. Aprovada em 2012, durante o governo de Barack Obama, e ampliada em 2016 pelo Global Magnitsky Act, a lei tem alcance internacional, indo além das fronteiras dos EUA.

Seu nome homenageia Sergei Magnitsky, um advogado russo que denunciou um esquema bilionário de corrupção envolvendo autoridades de seu país e morreu em 2009, em circunstâncias suspeitas, numa prisão em Moscou.

A legislação foi criada inicialmente para punir os responsáveis por sua morte e, posteriormente, expandida para atingir violadores de direitos humanos e corruptos em todo o mundo.

Sanções PrevistasAs sanções da Lei Magnitsky incluem:

  • Bloqueio de bens: Contas bancárias, investimentos e propriedades em jurisdição americana são congelados.

  • Proibição de entrada nos EUA: O sancionado tem seu visto cancelado e é impedido de entrar no país.

  • Restrições financeiras globais: Instituições financeiras com exposição ao sistema americano, mesmo fora dos EUA, podem bloquear ativos dolarizados ou cartões de crédito de bandeiras americanas.

  • Restrições em serviços digitais: Empresas americanas, como Google, Meta ou Apple, podem suspender contas ou serviços de sancionados, devido a obrigações legais.

Essas medidas, descritas como uma “morte fiscal” por especialistas, têm impacto significativo, pois afetam transações financeiras globais e a mobilidade do sancionado.

 
Aplicação contra Alexandre de Moraes
 
Em 30 de julho de 2025, o governo dos EUA, sob Donald Trump, aplicou a Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, acusando-o de violar a liberdade de expressão e autorizar “prisões arbitrárias”.
 
A justificativa cita suas decisões no julgamento da suposta tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 e ações contra empresas de mídia social americanas ligadas a Trump, além de processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
 
Possibilidades de Burlar a Lei
 
Não há um mecanismo formal para burlar a Lei Magnitsky, já que ela é uma medida unilateral do governo americano, aplicada por ato administrativo sem necessidade de processo judicial. No entanto, algumas estratégias podem mitigar seus efeitos:
  • Recurso judicial: Sancionados podem contratar advogados nos EUA para tentar reverter a decisão, alegando abuso ou falta de provas robustas, como sugerido por Bill Browder no caso de Moraes.
     
     
  • Proteção em outros países: A União Europeia possui, desde 1996, uma lei extraterritorial que protege empresas em seu território contra sanções americanas, embora sua aplicação seja complexa e dependa de alinhamento político entre os 27 Estados-membros.

Evitar exposição ao sistema financeiro americano: Sancionados podem tentar operar em jurisdições ou com moedas que não dependam do dólar, mas isso é limitado, dado o alcance global do sistema financeiro dos EUA.

Contudo, essas opções são restritas e dependem de contextos específicos, como apoio diplomático ou mudanças na administração americana. A soberania nacional também limita a aplicação automática de sanções em outros países, mas instituições financeiras globais tendem a cumprir as restrições por medo de sanções secundárias.

A Lei Magnitsky é uma ferramenta poderosa contra corrupção e abusos de direitos humanos. Embora adotada por diversos países, sua execução unilateral pelos EUA e o impacto global das sanções tornam-na difícil de contornar, reforçando seu peso como instrumento de pressão internacional.

Comparativo entre a Aplicação da Lei Magnitsky a Alexandre de Moraes e ao BNP Paribas

A Lei Magnitsky, originalmente criada em 2012 nos EUA para punir autoridades russas envolvidas na morte do advogado Sergei Magnitsky, foi ampliada em 2016 pelo Global Magnitsky Act para sancionar indivíduos e entidades acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos em qualquer país.
 
Tanto o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes quanto o banco francês BNP Paribas foram alvos dessa legislação, mas as circunstâncias, motivações e impactos das sanções diferem significativamente.
 
Abaixo um comparativo detalhado, incluindo a questão de um banco no Brasil não cumprir a lei.
 
1. Contexto da Aplicação da Lei Magnitsky
 
Alexandre de Moraes (2025):
 
Motivo: Em 30 de julho de 2025, Moraes foi sancionado pelo governo dos EUA, sob Donald Trump, acusado de violar a liberdade de expressão e autorizar prisões arbitrárias.
 
A justificativa cita suas decisões no julgamento da suposta tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 e ações contra empresas de mídia social americanas ligadas a Trump, além de processos contra Jair Bolsonaro.
 
Natureza: Pessoa física, autoridade judicial de um país que se diz democrático, com graves violações de direitos humanos.
 
BNP Paribas (2014):
 

Motivo: O maior banco da França foi multado em US$ 8,9 bilhões em 2014 por violar sanções americanas, incluindo a Lei Magnitsky, ao realizar transações de US$ 30 bilhões com países sob embargo (Cuba, Irã e Sudão) entre 2004 e 2012.

 

O banco usou mecanismos complexos, como filiais em paraísos fiscais, para ocultar essas operações, desafiando diretamente as restrições dos EUA.

Natureza: Entidade jurídica (instituição financeira), acusada de descumprir sanções econômicas e facilitar atividades em países sob embargo.

Comparação: Enquanto as sanções contra Moraes têm caráter político, focando em violações de direitos humanos em um contexto judicial, as do BNP Paribas foram motivadas por infrações financeiras claras e deliberadas, envolvendo grandes somas e países sob sanções explícitas.

A aplicação a Moraes é considerada rara por atingir uma autoridade de um país que se diz democrático, enquanto o caso do BNP Paribas se alinha ao uso tradicional da lei contra entidades que desafiam embargos.

2. Possibilidade de um Banco no Brasil Não Cumprir a Lei

Alexandre de Moraes:

Viabilidade de Não Cumprimento: Bancos brasileiros, como Banco do Brasil, Itaú, Bradesco ou Santander, não são obrigados a cumprir sanções americanas no Brasil devido à soberania nacional. No entanto, instituições com operações nos EUA (ex.: Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, BTG Pactual) ou que utilizam o sistema financeiro americano (ex.: transações em dólar ou SWIFT) enfrentam pressão para cumprir as sanções, sob risco de multas ou exclusão do sistema financeiro global.

Riscos de Não Cumprimento: Bancos que mantêm contas de Moraes podem enfrentar sanções secundárias, como multas ou bloqueio de ativos nos EUA. Por exemplo, o precedente russo mostra que Visa e Mastercard bloquearam bancos russos em 2022 para evitar penalidades. 

Cenário Prático: Bancos brasileiros podem adotar uma postura conservadora, encerrando relações com Moraes para evitar riscos, mas é improvável que bancos públicos, como o Banco do Brasil, fechem contas de um ministro do STF, devido à sua relevância e ao contexto político. O STF também não deve interferir para obrigar bancos a manter contas, mas entende que impor sanções a um brasileiro viola a Constituição.
 
BNP Paribas:
 
Viabilidade de Não Cumprimento: O BNP Paribas tentou burlar sanções americanas usando filiais em paraísos fiscais para processar transações com países embargados, mas isso foi descoberto, resultando na multa de US$ 8,9 bilhões. A tentativa de não cumprir as sanções expôs vulnerabilidades no sistema financeiro global e levou a punições severas, incluindo restrições em operações em dólar e demissões.
 
Riscos de Não Cumprimento: O caso do BNP Paribas demonstra que bancos com exposição ao sistema financeiro americano enfrentam penalidades drásticas por descumprimento, como multas bilionárias, proibições de operar em dólar e danos reputacionais. A pressão para cumprir sanções é alta devido à dependência do sistema SWIFT e do dólar.
 
 Cenário Prático: Após a multa, o BNP Paribas cooperou com as autoridades americanas, pagando a penalidade e implementando mudanças internas para evitar futuras violações. A tentativa de não cumprimento foi inviável devido à fiscalização rigorosa dos EUA.

Comparação: Um banco no Brasil pode, teoricamente, não cumprir as sanções contra Moraes, já que a soberania brasileira protege transações locais em reais, e ordens judiciais brasileiras podem reverter encerramentos de contas. No entanto, bancos com operações nos EUA ou dependentes do sistema financeiro global tendem a cumprir as sanções por precaução, como no caso do BNP Paribas, que sofreu consequências graves por tentar burlar a lei. A diferença está no contexto: Moraes é uma figura pública em um país que se diz democrático, o que pode gerar resistência política e judicial no Brasil, enquanto o BNP Paribas operava em um contexto de infrações financeiras claras, sem apoio político significativo.

A aplicação da Lei Magnitsky a Alexandre de Moraes e ao BNP Paribas reflete usos distintos da legislação. Moraes enfrenta sanções por motivos políticos, com impactos potencialmente limitados no Brasil devido à soberania nacional, mas com riscos para bancos com operações nos EUA. O BNP Paribas, por outro lado, sofreu penalidades severas por infrações financeiras claras, sem margem para resistência significativa. Um banco no Brasil pode, em teoria, não cumprir as sanções contra Moraes, especialmente para transações em reais, mas a pressão do sistema financeiro global e o precedente do BNP Paribas sugerem que instituições com exposição aos EUA tendem a adotar medidas conservadoras para evitar sanções secundárias. A diferença fundamental está no contexto político de Moraes, que pode gerar resistência judicial e diplomática, contrastando com a infração puramente financeira do BNP Paribas.


 
 
reginaldod
reginaldod 2 dias atrás
O Lord das Trevas e Tirano Xandemort está usando Pix através de uma instituição financeira que tem processos por fraudes na maior cara de pau... Bandido ajuda bandido no interesse próprio
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