Nos últimos anos, especialmente em seu segundo mandato iniciado em 2025, Donald Trump transformou a América Latina em um foco central de sua agenda externa. Baseado em suas declarações públicas, discursos e postagens em redes sociais, o presidente norte-americano tem apontado para a região como fonte de "ameaças existenciais" aos Estados Unidos, com ênfase em imigração ilegal, tráfico de drogas e instabilidade política.
Países como Colômbia, Brasil, México e Venezuela são frequentemente citados como alvos prioritários, revelando uma estratégia que mistura protecionismo econômico, alertas belicista e doutrina intervencionista remanecentes da era Monroe – ou, como Trump a apelidou de, a "Doutrina Donroe".
No cerne das críticas de Trump está a crise migratória e o narcotráfico. Sobre o México, o presidente tem sido veemente, ameaçando "ataques" militares contra cartéis de drogas e descrevendo o país como à beira de uma "guerra civil" alimentada por gangues que enviam imigrantes ilegais aos EUA. Em uma declaração recente, Trump afirmou estar "OK" com intervenções armadas, justificando-as como necessárias para proteger as fronteiras americanas. Essa retórica ecoa sua primeira gestão, quando prometeu um muro na fronteira e renegociou o USMCA, mas agora ganha tons mais agressivos, com tarifas punitivas sobre exportações mexicanas para forçar cooperação na deportação de criminosos.
A Venezuela emerge como o epicentro das preocupações de Trump. Em postagens no X, ele celebrou a libertação de reféns americanos e anunciou acordos para deportar "milhões de ilegais venezuelanos", incluindo membros da gangue Tren de Aragua, de volta ao país sob o regime de Nicolás Maduro. Trump prometeu "conversas" com o ditador chavista, mas não descartou "deslocamento de tropas" ou até uma ação pontual para derrubá-lo, afirmando que a Venezuela é o "centro do tráfico de drogas" que inunda os EUA com cocaína e fentanil. Analistas veem nisso uma tentativa de desestabilizar Maduro, alinhada a uma visão ideológica anti-socialista/comunista, que alarma líderes regionais.
Não escapam o Brasil e a Colômbia. Trump impôs tarifas de 50% sobre exportações brasileiras, acusando o país de "roubar empregos americanos" com práticas comerciais desleais, perseguição política e caça as brixas ao presidente Bolsonaro, tudo em meio a tensões com o petista Lula da Silva.
Já a Colômbia é rotulada como "fornecedora de cocaína" para os EUA, com Trump criticando sua adesão à Iniciativa Cinturão e Rota da China e ao Banco dos BRICS como uma "traição" aos interesses ocidentais. Essas falas, repetidas em comícios e entrevistas, revelam a América Latina como um "quintal instável" que precisa ser "organizado" para garantir a segurança e a prosperidade dos EUA.
Em uma declaração bombástica feita hoje, 17 de novembro de 2025, durante um evento no Salão Oval da Casa Branca, o presidente Donald Trump abriu as portas para ações militares unilaterais nos EUA contra os cartéis mexicanos de drogas. Questionado sobre a possibilidade de ataques terrestres no México para combater o narcotráfico, Trump respondeu de forma direta: "OK com isso, o que for preciso para parar as drogas".
Com sanções recentes contra cartéis como o de Sinaloa e o Tren de Aragua, a região continua no centro do tabuleiro geopolítico de Washington – e o México, mais do que nunca, é mais um vilção que é alvo de TRUMP.
Por trás dessa ofensiva, os motivos são claros: Trump quer organizar a região para encerrar males domésticos, enquanto avança uma agenda "America First" que prioriza economia forte.
Para Trump, a mensagem é simples: "Ou eles cooperam, ou pagam o preço".
CONFIRAS AS RECENTES FALAS DE TRUMP SOBRE O BRASIL, COLÔMBIA, MÉXICO E VENEZUELA:
Trump fala sobre o México e revela "Eu lançaria ataques contra o México para deter as drogas? Para mim, tudo bem... Eu faria isso nos corredores terrestres? Com certeza faria..."
Trump fala sobre a Colômbia e diz "A Colômbia tem fábricas de cocaína onde a produção. Desmantelaria essas fábricas. Eu faria com orgulho, pessoalmente. Não disse que eu faria, mas eu faria com orgulho porque salvaríamos vidas".
Trump sobre a Venezuela: "Não descarto o envio de tropas para a Venezuela; não descarto nada. Temos que resolver a questão da Venezuela (...) eles enviaram os piores criminosos. Não me dou bem com os governantes, mas amo os venezuelanos. Não podemos esquecer o que eles fizeram [Maduro]."
Trump fala sobre os Narcotraficantes "Nós sabemos o endereço de todos os chefões do tráfico — sabemos o endereço deles — conhecemos a porta da frente. Sabemos tudo sobre cada um deles."
Sobre o Brasil, Trump revelou toda perseguição política, uma verdadeira caça as bruxas contra o presidente Bolsonaro e afirmou que o Brasil vai muito mal sem os Estados Unidos.
