Logo após de tornar presidente dos Estados Unidos, pela segunda vez, Donald Trump, fez uma reviravolta com diversos países, como China, Canadá e México.
Os alertas de Trump não se limitam a questões econômicas.
A lista segue crescendo, já que na terça-feira Trump afirmou que pretende tomar o controle da Faixa de Gaza. Outro país que entra no discurso agressivo do presidente norte-americano é o Irã, que foi ameaçado de sanções caso siga com seu plano nuclear e supostos planos de assassinar Trump.
Veja abaixo os outros países que estão na mira:
Canadá
Trump anunciou tarifas contra o Canadá. No dia 20 de janeiro de 2025, o presidente dos Estados Unidos afirmou que pretendia impor tarifas alfandegárias de 25% sobre produtos canadenses a partir de 1º de fevereiro, afirmando que a medida pressionaria o Canadá a endurecer suas políticas contra a imigração ilegal e o tráfico de drogas.
Imposição de tarifas não é novidade: Em novembro de 2024, Trump já havia ameaçado estabelecer taxas sobre todos os produtos do Canadá e do México, além de aumentar as tarifas sobre importações chinesas, caso esses países não adotassem medidas mais rígidas contra o tráfico de drogas e a imigração ilegal. Na última segunda-feira, Trump decidiu adiar a imposição de tarifas, após promessas de reforço no controle da fronteira.
Trump também sugeriu que o Canadá fosse anexado pelos EUA: Em dezembro de 2024, o presidente americano declarou que muitos canadenses desejavam que o país se tornasse o 51º estado dos Estados Unidos e classificou essa possibilidade como "uma ótima ideia".
Declarações provocaram reações no Canadá: O primeiro-ministro Justin Trudeau respondeu de forma categórica, rejeitando qualquer possibilidade de que o Canadá fosse anexado pelos Estados Unidos.
Relações entre os dois países foram impactadas: A sugestão de Trump e o anúncio de novas tarifas elevaram as tensões entre Canadá e Estados Unidos, afetando uma parceria histórica de cooperação entre as nações.
México
Trump também anunciou tarifa de 25% para os produtos provenientes do México —depois, adiou a medida, após México aceitar suas imposições. A justificativa no momento da imposição da tarifa foi a de que o país tem feito pouco para conter imigração ilegal e tráfico de drogas —principalmente fentanil, opioide responsável por uma epidemia de mortes por overdose nos EUA. A presidente mexicana prometeu enviar 10 mil soldados à fronteira.
Além disso, Trump já iniciou deportações em massa de imigrantes, sobretudo mexicanos. O presidente fez do tema da "segurança na fronteira" uma das suas principais prioridades no governo atual. O Congresso aprovou uma lei para facilitar as detenções e deportações, com 1.500 soldados enviados à região.
O governo mexicano disse que estava pronto para cooperar com a recepção de seus cidadãos deportados. O país já atua como uma segunda fronteira, reduzindo o fluxo de migrantes que se aproximam dos Estados Unidos. Com a posse de Trump, o México também teve de receber solicitantes de asilo que agora estão sendo rejeitados pelo país.
Conflitos com México envolvem ainda o Golfo do México: Trump disse ser a favor de que o Golfo do México passasse a ser chamado de "Golfo da América". Em resposta, a presidente mexicana sugeriu chamar os EUA de "América mexicana", mostrando um mapa-múndi anterior a 1848 no qual a região da América do Norte aparece com esse nome. "Para nós, ainda é o Golfo do México e para o mundo inteiro", insistiu.
Dinamarca (Groenlândia)
Em dezembro de 2024, Trump voltou a falar sobre o interesse em comprar a Groenlândia, território autônomo da Dinamarca. O presidente dos EUA enfatizou a importância estratégica e econômica da região para os EUA. "Para fins de segurança nacional e liberdade em todo o mundo, os Estados Unidos da América sentem que a propriedade e o controle da Groenlândia são uma necessidade absoluta", escreveu Trump no Truth Social.
Interesse já havia sido expresso em mandato anterior de Trump: O presidente dos EUA citou o desejo de comprar a Groenlândia em 2019, mas a proposta foi prontamente rejeitada pela Dinamarca e pelas próprias autoridades da ilha antes que qualquer discussão formal pudesse ocorrer. A Groenlândia é considerada estrategicamente importante para os militares dos EUA e seu sistema de alerta precoce de mísseis balísticos, já que a rota mais curta da Europa para a América do Norte passa pela ilha.
O primeiro-ministro da ilha, Mute Egede, respondeu aos comentários de Trump. "A Groenlândia é nossa. Não estamos à venda e nunca estaremos à venda. Não devemos perder nossa longa luta pela liberdade."
China
Trump anunciou tarifa de 10% para a China. Ao lado do México e Canadá, a China responde por mais de um terço das importações dos EUA, fornecendo carros, remédios, calçados, madeira, eletrônicos, aço e muitos outros produtos aos consumidores americanos.
Em resposta, a China anunciou tarifas e restrições a importações de produtos americanos. A medida passa a valer a partir de segunda.
Serviço Postal dos EUA suspende entrada de pacotes provenientes da China
O Serviço Postal dos Estados Unidos informou nessa terça-feira que suspendeu, temporariamente, a entrada de pacotes provenientes da China e de Hong Kong, pouco depois de o presidente Donald Trump impor novas tarifas a Pequim.
A suspensão permanecerá "até novo aviso" e ocorre após a ordem de Trump de aplicar uma taxa adicional de 10% sobre as importações chinesas a partir de terça-feira, junto à eliminação de uma isenção tarifária para pacotes de baixo valor.
Em retaliação, a China anunciou, também nessa terça-feira, que imporá tarifas adicionais de 15% sobre a importação de carvão e gás natural liquefeito e de 10% sobre petróleo e maquinário agrícola provenientes dos Estados Unidos.
União Europeia
Trump já anunciou possíveis medidas que devem atingir o bloco europeu. O presidente dos EUA subiu o tom e disse que "com certeza" planeja atingir a União Europeia, bloco europeu de 27 nações, com novas taxas de importação.
"Vou impor tarifas à União Europeia? Você quer a resposta verdadeira ou uma resposta política? Com certeza. A União Europeia nos tratou de forma terrível", disse Trump
Em resposta, o porta-voz da UE disse que o bloco "responderá com firmeza". "As tarifas criam perturbações econômicas desnecessárias e aumentam a inflação. Elas são prejudiciais para todos os lados", acrescentou. Ele afirmou ainda que a UE continua comprometida com uma política de tarifas baixas como forma de "impulsionar o crescimento e a estabilidade econômica dentro de um sistema comercial forte e baseado em regras". O bloco também criticou a sobretaxa aplicada por Trump sobre Canadá, México e China.
IRÃ
O presidente americano Donald Trump anunciou uma campanha de "pressão máxima" para barrar o desenvolvimento de uma arma nuclear pelo Irã.
Trump assinou memorando que restabelece a rígida política do seu primeiro mandato, quando levou as exportações de petróleo do Irã a quase zero. O texto orienta cada departamento do governo a impor sanções ao Irã, em especial sobre suas atividades nucleares.
Trump ordena que o Tesouro dos EUA deve exercer "pressão econômica máxima" sobre o Irã. A ação prevê multas e mecanismos de fiscalização para aqueles que violarem as sanções existentes. O Departamento de Estado também deve participar da campanha para zerar as exportações de petróleo do Irã.
A China, que é a maior compradora do petróleo iraniano, não reconhece as sanções americanas. A China e o Irã têm um sistema de comércio próprio que utiliza principalmente o iuan chinês e uma rede de intermediários, evitando o dólar e a exposição aos órgãos reguladores dos EUA
A medida dá a Trump "todas as ferramentas possíveis" para evitar que o Irã seja um "ator maligno", diz um assistente do Executivo.
Trump admitiu que a medida é dura, mas disse não ter opção. "Com alguma sorte, espero não ter que usá-lo demais". Ele acrescentou que espera conseguir um acordo com o Irã.
Republicano aproveitou assinatura de memorando para alfinetar ex-presidente Joe Biden. Trump acusou Biden de não aplicar rigorosamente as sanções à exportação de petróleo, o que, segundo ele, encorajou Teerã a vender petróleo para financiar um programa de armas nucleares e milícias armadas no Oriente Médio.
As exportações de petróleo do Irã aumentaram durante o mandato de Biden, quando o país conseguiu driblar as punições. Em 2023, as exportações de petróleo de Teerã renderam US$ 53 bilhões e US$ 54 bilhões no ano anterior, de acordo com estimativas da Administração de Informações sobre Energia dos EUA. A produção em 2024 estava em seu nível mais alto desde 2018, com base nos dados da OPEP.
Irã tem acelerado "dramaticamente" o enriquecimento de urânio para até 60% de pureza, próximo ao grau de armamento de 90%, afirmou o chefe do órgão de vigilância nuclear da ONU à Reuters em dezembro. Mas o Irã nega a intenção de desenvolver uma arma nuclear.
Trump diz que EUA vão assumir a Faixa de Gaza e insiste que Egito e Jordânia devem acolher palestinos
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na terça-feira (4), após se reunir com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, seu plano para a Faixa de Gaza e os palestinos, causando estupefação mundial. Ele prometeu que os Estados Unidos vão tomar o controle da região e "transformá-la na Côte d'Azur do Oriente Médio".
Trump disse que os EUA vão desenvolver a região e serão capazes de criar "um número ilimitado de empregos e moradias para a população" local.
De acordo com Trump, todos com quem ele falou "amam a ideia de os Estados Unidos" assumirem Gaza, desenvolverem a região e criarem milhares de empregos. Novamente, o presidente americano insistiu na ideia de que, durante a reconstrução do território, Egito e Jordânia acolham os palestinos. "Eles não vão me dizer não. Quero remover todos os moradores de Gaza. Isso vai acontecer", disse.
"Há aproximadamente 1,8 milhão de pessoas [em Gaza], e todas elas podem viver em algum lugar sem temer por suas vidas todos os dias", completou.
O plano é rejeitado pelos palestinos e também pelos líderes de Egito e Jordânia.
Panamá
Panamá recua, se afasta da China e EUA comemoraram
O Panamá decidiu recuar e anunciou que não irá mais participar do plano global de infraestrutura da China, o chamado Cinturão e Rota, nesta segunda-feira (3).
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, comemorou a decisão e afirmou que a medida é "um grande passo à frente" para estreitar os laços entre o governo americano e o panamenho.
Após conversas com Rubio, que visitou o país em sua primeira viagem oficial, o presidente do Panamá, José Raul Mulino, disse que o amplo acordo de seu país para contribuir com a iniciativa chinesa não será renovado e ainda pode ser rescindido antecipadamente.
A jornalistas, nesta segunda, Trump também comentou a decisão. Disse que ainda não está "feliz", mas admitiu que o Panamá já concordou em "algumas coisas" e que tem uma ligação marcada com autoridades panamenhas para sexta-feira (7).
Na ONU, o embaixador chinês Fu Cong disse lamentar a decisão do Panamá e ponderou que, apesar do discurso de alguns políticos americanos, acredita que "EUA e China podem trabalhar juntos em muitas coisas"
Por que ‘tarifaço’ de Trump não chegou ao Brasil
Os setores exportadores do país se preocupam com medidas tarifárias, afinal os americanos são o segundo maior comprador de produtos brasileiros, com mais de US$ 38 bilhões até novembro de 2024.
Mas o país representa pouco mais que 1% das importações americanas. Ainda que Trump tenha dito que o Brasil "cobra muito" de seus parceiros comerciais, estamos longe de ser prioridade do comércio exterior americano.
Mas especialistas ouvidos pelo afirmam que o Brasil ainda corre riscos de ser afetado por essas tarifas. Saiba abaixo o porquê.
Há temores, por exemplo, de que uma tarifa universal seja implementada. A ideia foi ventilada no final de janeiro pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, segundo o jornal britânico "Financial Times".
A ideia é que essa taxa começasse em 2,5% e crescesse gradativamente ao longo dos próximos meses, dando tempo para que a indústria se adaptasse e os países pudessem negociar com o governo Trump.
Brasil tem apenas 1,3% das importações dos EUA
Os especialistas reforçam, no entanto, que o Brasil não tende a estar na lista de prioridades de Trump na imposição de um “tarifaço”. A quantidade de produtos importados do Brasil pelos EUA é bem pequena em comparação com outros parceiros comerciais da maior economia do mundo.
Os últimos dados do Departamento de Comércio norte-americano indicam que o volume de importações do Brasil pelos EUA somou US$ 38,5 bilhões (aproximadamente R$ 225,9 bilhões) no ano passado até novembro. Esse valor representa apenas 1,3% do total de importações do país.
Veja a lista dos principais parceiros abaixo:
Fonte: https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2025/02/05/paises-que-estao-na-mira-de-trump.htm
Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/02/03/panama-recua-se-afasta-da-china-e-eua-comemoraram-trump-diz-nao-estar-feliz-mas-elogia-concessoes.ghtml
